A guerra entre as famílias Alencar, Sampaio e Saraiva

em 08/05/2014


Saudações meus caros amigos e amigas. Hoje voltamos a contar com uma valiosa dica do grande amigo o senhor Rusmea, dono do blog Rusmea.com. O misterioso manolo Rusmea (ou Rusvalino como ele também é conhecido em alguns pontos estratégicos da internet), nos instigou a escrever um texto falando de uma contenda familiar que cobriu de medo e sangue a cidade pernambucana de Exu. Convido a todos a conhecerem mais essa História bem brasileira.

A briga entre as famílias Alencar, Sampaio e Saraiva, durou cerca de 30 anos. Durante esse período houveram várias intervenções visando a pacificação dessa disputa, que vitimou 40 pessoas (outras fontes afirmam que foram 33 mortes). A guerra iniciada na cidade de Exu, no estado de Pernambuco, próximo da fronteira com Ceará e Piauí, fez vítimas também nas cidades de Recife e Rio de Janeiro, não se limitando apenas a terra natal de Luiz Gonzaga.


Início da briga

As três tradicionais famílias pernambucanas estavam altamente envolvidas na política local, logo divergências políticas foram apontadas como a mola que impulsionou os atos de violência. Na cidade de Exu os partidos políticos são reduzidos a meros coadjuvantes na história da política local, onde Bocas Brancas (família Alencar) e Bocas Negras (famílias Sampaio e Saraiva), são os principais grupos e regem o cenário eleitoral local.

No ano de 1949, José Aires de Alencar, o Zito, matou Romão Sampaio Filho, o coronel Romãozinho, depois de uma discussão. A partir desse momento iniciava-se uma disputa entre a três poderosas famílias locais. A disputa seria encerrada apenas no ano de 1981.

As tentativas de paz

Foram realizadas três tentativas de pacificar a contenda entre as três famílias. A primeira teria sido uma iniciativa do exército, no ano de 1972. Um pacto de não agressão foi firmado entre membros das famílias com a presença do do comandante do 71º Batalhão de Infantaria do Exército, que acampou durante um mês na cidade. Mas a paz durou apenas o tempo que os militares estiveram no local.

Em 1981 o então cardeal primaz do Brasil, Dom Avelar Brandão Vilela, esteve na cidade, e se reuniu com representantes das famílias para firmar um novo acordo. Apenas alguns meses depois o conflito reiniciou.


O último esforço de paz aconteceu ainda no ano de 1981. A iniciativa partiu do Estado, que decretou intervenção militar no município durante um ano e meio. Nesse período, Exu contava com um dos maiores efetivos policiais de Pernambuco e as pessoas viviam como se estivessem em estado de sítio. Havia lei seca nos bares depois das 22h e a população tinha hora para se recolher. A medida deu resultado e as mortes diminuíram.

Segundo um membro da família Alencar que não quis se identificar, o conflito acabou em conseqüência de um desgaste natural. “Todos perceberam que estavam perdendo. Até quem não tinha nada a ver com a história”, afirmou. Na sua opinião, as inúmeras tentativas de conciliação também contribuíram para o processo de paz. “Muitas pessoas resolveram ir embora por causa do conflito e as gerações mais jovens preferiram adotar outra postura”.

O músico Luiz Gonzaga, que nasceu na cidade, teria pedido pela paz ao então vice presidente da república Aureliano Chaves, durante um encontro no hotel Del Rey, em Belo Horizonte. O célebre cantor não perdeu a oportunidade, pegou a Sanfona e foi ao encontro do político, que era seu fã e, ao som de “Boiadeiro”... “Vai boiadeiro que a noite já vem...”, pediu que o governo a intervenção no município.

Aureliano Chaves
Ao que parece, Aureliano sensibilizou-se com a súplica do cantor e, pouco tempo depois do encontro, aproveitando um período que esteve no exercício da Presidência da República, decidiu decretar intervenção militar no município.


A última morte registrada nesse conflito teria ocorrido no mês de Julho do ano de 1981.


Fontes: DR Zen, Estadão e JC OnLine

Essa postagem é um oferecimento do Blog Rusmea:



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9 comentários:


  1. Minha nossa!OO'

    Que susto tomei quando vi o novo avatar do blog!Oõ

    O artigo ficou excelente!^^

    Abrax^^

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    1. Quando a dica é ótima fica fácil criar a postagem...pena que eu não consegui mais imagens de época...teriam engrandecido a postagem...

      Abraço manolo...

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  2. Ainda hoje vemos, embora sem a violência de outrora, as 'captânias hereditárias' modernas, como por exemplo os Sarney no Maranhão e os Collor em Alagoas.

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    1. O Brasil ainda é muito regionalizado e um tanto coronelista em alguns sentidos...

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  3. Conheço vários descendentes da família Alencar, na qual tem origem de Bárbara Alencar avó de José Alencar...,

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  4. olá
    eu sou uma descendente de Bárbara Alencar

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  5. Conheço o ilustre prof. Dr. Marcelo Sampaio de Alencar

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