O artefato de Coso

em 11/10/2017


Para algumas pessoas, os artefatos fora do lugar (objetos encontrados em contextos que estão desfasados da cronologia aceita da História humana) questionam seriamente aquilo que pensamos saber acerca do mundo e da sua História. Alguns argumentam que estas descobertas oferecem provas de que na antiguidade remota a Humanidade foi significativamente mais avançada do que alguma vez poderíamos supor. Outros grupos afirmam que tais descobertas provam que o ser humano contou com ajuda extraterrestre nos primórdios de sua existência. O artefato de Cosco é um desses achados que acalentam ainda mais essa discussão.

Uma estranha descoberta em Coso

Em 13 de Fevereiro de 1961, Wallace Lane, Virginia Maxey e Mike Mikesell (co-proprietários da LM&V Rockhounds Gem and Gift Shop em Olancha, no Sul da Califórnia) estavam nas montanhas Coso à procura de espécimes minerais interessantes para a sua coleção, particularmente geodos (rochas ocas, geralmente esféricas, com a parede interna forrada de cristais e normalmente com cerca de quinhentos mil anos). À hora do almoço, depois de terem recolhido rochas perto de um pico com mil e trezentos metros de altitude e com vista para o leito seco do lago Owens, puseram as pedras encontradas em num saco e foram para casa.


No dia seguinte, ao tentarem cortar uma das pedras que parecia um geodo, Mikesell danificou gravemente uma serra praticamente nova. Finalmente, quando o nódulo foi aberto, encontrou uma secção circular e espessa de um material cerâmico branco e, no centro, uma vareta de metal brilhante com dois milímetros de espessura. Este metal era magnético. O cilindro de porcelana estava por sua vez no interior de uma cobertura hexagonal de cobre em decomposição e uma outra substância não identificável. Os descobridores repararam em outras qualidades estranhas desta pedra. A sua camada exterior estava incrustada com pedaços de conchas fósseis, barro endurecido e gravilha, assim como, surpreendentemente, dois objetos de metal não magnético semelhantes a um prego e uma anilha. Intrigados com o achado, o grupo começou a mostrá-lo a amigos e colaboradores. Um dos descobridores, Virginia Maxey, disse que um geólogo que observou o objeto atribuiu-lhe uma idade de pelo menos quinhentos mil anos, baseado nos fósseis incrustados no seu exterior. Contudo, este geólogo anónimo nunca foi encontrado e a sua conclusão nunca foi publicada. Mas se estas deduções pudessem ser provadas, as implicações seriam óbvias.

Se o Artefato de Coso fosse um exemplo genuíno de uma Tecnologia desconhecida existente milênios antes da data aceita para o aparecimento do Homo sapiens, então seria claro que as ideias tradicionais acerca do passado da espécie humana seriam postas de pernas para o ar.

A única outra pessoa que se sabe ter inspecionado fisicamente o artefato foi o criacionista Ron Calais, a quem autorizaram que tirasse fotografias ao artefato tanto com raios X como sob luz normal. O raio X da parte superior do objeto revelou que a vareta metálica estava encaixada em algo que parecia uma pequena mola. Isto levou a consideração de que o objeto fosse uma espécie de mecanismo elétrico. Paul Willis, o editor da revista paranormal INFO Journal, examinou a película do artefato misterioso e chegou à conclusão de que poderia ser "o que restava de um pedaço de metal corroído com uma rosca", e reparou na semelhança entre o objeto e uma vela de ignição moderna. Em 1963, o artefato foi aparentemente exposto durante três meses no Museu da Califórnia, em Independence. A edição de Primavera de 1969 do INFO Journal afirmava que Wallace Lane, um dos descobridores originais do objeto, era então o seu proprietário e o tinha exposto em sua casa. Lane recusou-se a dar autorização para que alguém voltasse a examinar o acharo, mas ele teria colocado o objeto a venda a vinte e cinco mil dólares, um bom valor para a época.


Desaparecimento do objeto

Algum tempo depois o Artefato de Coso parece ter desaparecido. Em Setembro de 1999 foi levada a cabo uma busca a nível nacional para tentar encontrar algum dos descobridores originais, mas revelou-se infrutífera. Parece provável que por essa ocasião Lane tivesse já morrido e o paradeiro de Mikesell era desconhecido. Até hoje, Virginia Maxey, que ainda está viva, recusa-se a comentar em público o artefato, cuja localização permanece desconhecida.

Devido ao mistério em volta do paradeiro do Artefato de Coso, e à falta de um relatório acadêmico publicado sobre o objeto, muitas são as especulações à respeito de sua origem e possível propósito. Um objeto mecânico embutido num geodo que aparenta ter mais de meio milhão de anos. Como foi lá parar? Terá sido produto de alguma civilização, inimaginavelmente antiga e tecnologicamente avançada, que desapareceu sem deixar rasto? Existem muitos sites na Internet que contêm especulações quanto à finalidade e origem do mecanismo, mas não fornecem quaisquer provas para essas especulações. As teorias acerca da sua função são diversas, desde uma super antena, até um condensador ou uma vela de ignição já foram cogitadas. Esta última sugestão é a mais comum: uma vela de ignição produzida por uma civilização avançada, como parte de um aparelho tecnológico misterioso.

Curiosamente, o editor do INFO Journal, Paul J. Willis, conjeturou que o artefato seria algum tipo de vela de ignição, mas era incapaz de compreender a função da mola, que não coincidia com as velas contemporâneas.


Contradições

Por volta da época da descoberta do objeto de Coso, Virginia Maxey especulou que seria possível que o objeto não possuísse mais do que cem anos de idade. Ela pensava que se ele tivesse permanecido sob um leito de lama e depois tivesse cozido e endurecido ao Sol, teria possivelmente acabado nas condições em que o encontraram. Mas também foi Maxey que afirmou que o artefato tinha possivelmente quinhentos mil anos e era "um instrumento tão antigo como as lendárias terras de Mu e Atlântida. Talvez fosse um aparelho de comunicação, ou algum tipo de detetor direcional, ou um instrumento fabricado para utilizar princípios energéticos que desconhecemos." Assim começaram as fantásticas especulações acerca do artefato.

A versão da ciência para o caso

Foram levadas a cabo investigações acerca das origens do artefato pelo autor Pierre Stromberg e pelo geólogo Paul V. Heinrich. Eles descobriram que a região das montanhas de Coso já eram exploradas desde o início do Século XX. Eles teorizaram que talvez tivessem sido utilizados motores de combustão interna nas operações de mineração eu que o objeto de Coso seria um peça desses motores, provavelmente uma vela de ignição, como muita gente acredita que o objeto se assemelha. De forma a testar a sua teoria, o dupla levou imagens do objeto para membros de uma organização, chamada de Colecionadores de Velas de Ignição da América. Eles enviaram cartas e cópias das películas de raios X do artefato a quatro colecionadores diferentes, que não tinham qualquer conhecimento prévio do caso e nunca tinham visto as imagens antes. Os colecionadores chegaram independentemente à mesma conclusão: estavam certos de que se tratava de uma vela de ignição Champion dos anos vinte, uma das que provavelmente foram utilizadas nos Ford modelo T, possivelmente modificada para ser utilizada nas operações mineiras da serra de Coso. Assim, o Artefato de Coso não estivera na montanha por mais de quarenta anos.

Parece claro que a vela de ignição não estava de fato embutida numa rocha, mas num nódulo de óxido de ferro. A formação deste nódulo foi provavelmente acelerada por "pó mineral" corrosivo.

Nem todos aceitam as explicações

Embora Pierre Stromberg e Paul V. Heinrich conseguiram chegar a uma explicação bem aceitável para o assunto, muitos teóricos da conspiração não acreditam nessa teoria. Esses grupos afirmam que a explicação dada pelos dois estudiosos citados acima são apenas uma forma de tentar disfarçar a realidade. O argumento do conspiracionistas é de que o objeto acabou desaparecendo, pois foi confiscado por alguma agência do governo estadunidense, a CIA talvez. Essa agência pretendia manter o assunto em sigilo, e confiscou o objeto com medo que mais estudos fossem realizados no mesmo. Esses grupos afirmam que a relutância de Virginia Maxey em falar no assunto atualmente seria outra prova, pois ela havia sido coagida a não "abrir o bico".


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2 comentários:

  1. Respeito o argumento dos conspiracionistas, pois também tenho minhas conspirações. Mas precisamos ver também o outro lado: O objeto também pode ter sumido por realmente ser falso e assim sendo, ninguém provaria e ficaria este mistério sem solução e a se debater por muitos e muitos anos. E a relutância da dona Virginia em se calar também pode se ver como um motivo para alimentar o mistério e não expor a verdade que faria o provável objetivo de se criar uma polemica histórica ir por água abaixo.

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  2. ...ou o silêncio e o objeto foram comprados.

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