O monólito de Pokotia: A presença suméria na América do Sul

em 22/10/2014


Hoje voltamos a tratar de um assunto que muito me agrada: mistérios históricos. O tema da postagem de hoje é o Monólito de Pokotia, uma estrutura de pedra que é apontada por estudiosos como mais uma evidência de que os Sumérios estiveram no continente sul americano. Aqui no blog Noite Sinistra essas teorias da presença suméria na América do Sul já foram abordadas em vários textos, sendo os mais relevantes os que falam da Fuente Magna e as Cabeças de pedra de Tihuanaco (clique AQUI e AQUI para acessar). Ao final desse texto eu relacionei o assunto tema dessa postagem com outros assuntos já abordados aqui no Noite Sinistra que seriam as supostas provas da presença suméria, fenícia e cartaginesa América do Sul.

O monólito de Pokotia é uma estátua de pedra, com cerca de 2 metros de altura, que foi descoberta em 1960 no sítio arqueológico de Pokotia, a aproximadamente 2 quilômetros de distância da misteriosa cidade de Tihuanaco (clique AQUI para ler mais sobre ela). Entre o grupo de arqueólogos que descobriu o monólito vale destacar Bernardo Biados e Arce Fraddy, ambos estiveram no grupo que haviam resgatado a Fuente Magna.

A estrutura seria usada como uma espécie de oráculo, chamado Pukati (pai da sabedoria), pelos Pukaras, uma antiga civilização que habitava a região próxima ao lago Titicaca. Segundo o Dr. Clyde Winters (Phd), o oráculo era usado “para adivinhar o futuro, comunicação com os deuses ou ancestrais, ou simplesmente obter notícias e bênçãos.”

Fonte da imagem: Yuri Leveratto

Quem foram os Pukaras?

Segundo os historiadores tradicionais Pukaca é uma palavra originária da língua quéchua (língua que era falada por vários povos da região, inclusive pelos Incas). Pukara significaria fortaleza, ou um lugar estratégico.

A civilização Pukara havia construído seu centro administrativo em uma cidadela fortificada que ficava 61 quilômetros ao norte de Juliaca, na região de Puno. Apesar disso os Pukaras também estavam presentes no vale ao norte do lago Titicaca. Segundo o historiador Yuri Leveratto, cujo artigo escrito em seu site serviu como uma das fontes para essa matéria, a origem dos Pukaras seria localizada na região Amazônica. Ele acredita que provavelmente indígenas de origem Arawak se deslocaram para a região de Puno por volta do 6000 anos a.C.. Alguns indivíduos teriam acabado se misturando com nativos de origem Colla, o que acabou dando origem as culturas Chiripa e Qaluyo, e sucessivamente a civilização Pukara.

A escrita oculta no monólito de Pokotia

No ano de 2002 estudos conduzidos por um grupo de investigadores composto por: Bernardo Biados, Freddy Arce, Javier Escalante, César Calisaya, Leocadio Ticlla, Alberto Vásquez, Álvaro Fernholz, Omar Sadud, Paulo Batuani e Rodrigo Velasco, analisaram o monólito que se encontrava no Museu dos metais preciosos de La Paz. Nesses estudos o grupo descobriu o que seria uma escrita na parte dorsal da estrutura de pedra. Até então apenas as inscrições frontais eram conhecidas, ou reconhecidas, pois essas inscrições pertenciam a grupos que habitaram a região andina.

Fonte da imagem: Yuri Leveratto
Esse tipo de coisa é muito comum, pois quando uma peça histórica é encontrada, ela acaba sendo estudada apenas por especialistas em história local, nesse caso estudiosos em história pré-colombiana. Os estudiosos pré-colombianos, acabaram focando suas atenções nas inscrições por eles conhecidas, sendo que as demais marcas acabaram sendo desconsideradas.

Fonte da imagem: Yuri Leveratto
Mas as inscrições descobertas, na parte dorsal do monólito, pelo grupo mencionado acima, acabaram sendo estudadas pelo Dr. Clyde Winters (Phd), que afirmou que tais marcas fazem parte da escrita Sumérias e Semíticas.

Leia Mais: Sumérios e os deuses vindos do céu


Provavelmente o monólito encontrado em Pokotia é anterior ao período de florescimento da civilização Pukara.

Na opinião do estudioso Clyde Winters, as inscrições mais importantes encontradas no monólito de Pokotia estão debaixo das mãos (que estão apoiadas nos músculos), e na parte dorsal (na espalda da estátua).

Abaixo podemos conferir a tradução das inscrições que se encontram na parte frontal, segundo a interpretação de Clyde Winters:

Divulguem a toda a humanidade a abertura do oráculo de Putaki. Proclama-se que a estirpe de Putaki será estimada através do tempo. Atuará justamente, de modo que o oráculo possa divulgar a sabedoria. Aprecie o culto. Todos devem dar testemunho da vontade divina. O adivinho interpretará a orientação do oráculo, com a finalidade de anunciar as regras que orientaram a humanidade. Os cidadãos darão testemunho a favor do ser humano, que propagará sabedoria e será exemplo de caráter forte".

Na parte frontal esquerda da estátua tem outra inscrição que se interpreta assim:

O Xamã proclama a imensa importância deste lugar, o poder da divindade, com a finalidade de entregar a sabedoria ao homem.".

Depois existem duas incisões adicionais na parte frontal:

"Oh grande Putaki, homem sábio e progenitor de muitas gentes".

E outra mais:

"Jura dar testemunho de caráter e sabedoria. Dar testemunho do poder da divindade, com a finalidade de fortalecer teu caráter”.

Segundo Winters na mão do monólito estaria escrito:

"O oráculo de Putaki leva o homem a verdade. Este oráculo precioso fará germinar a estima, agora testemunha sua fuga."

Na parte dorsal do monólito encontram-se as inscrições que não são atribuídas aos Pukaras, eu que Winters acredita serem de origem suméria. Winters traduziu tais inscrições como:

"A norma ideal é o oráculo. Este oráculo conduz ao conhecimento da vontade divina. Divulga a toda a humanidade a vontade divina. Entenda o sentido da voz perfeita. O oráculo derramará serenidade. Ousam o oráculo, chamem ao adivinho.

O adivinho fala sabiamente. A vontade divina será visível e folgorante, saindo da boca do oráculo. Ousam ao adivinho, ousam ao oráculo para poder adquirir sabedoria e caráter. Ousam ao oráculo, para difundir a vontade divina, seguindo o bem legítimo e justo. Evoca o alimento puro para o oráculo. O oráculo é o testemunho da pureza. Divulgaras serenidade e sabedoria. O oráculo de Putaki e pai da sabedoria e beneficio para todos. Será testemunho visível da sabedoria e da vontade divina. Divulgarás a vontade divina e serás testemunho de seu poder."

Fonte da imagem: Yuri Leveratto
Segundo Winters essas inscrições estariam gravadas em proto-sumério pictográfico, ainda cuneiforme tal como as inscrições gravadas na Fuente Magna. Os autores das inscrições do monólito de Pokotia seriam então os mesmos que fizeram as incisões da Fuente Magna, num tempo compreendido entre o 3000 e o 2000 a.C.

Leia Mais: Os Anunnakis.


Winters também sugere que o proto-sumero viria junto ao proto-dravídico e ao proto-mandé, de povos que viveram do oriente médio antes do dilúvio.


Outra possível tradução

Existe também outra tradução das inscrições dorsais do monólito, baseada na interpretação do quellca pictográfico, um antigo idioma altiplano andino, que era falado num pequeno círculo de sacerdotes da cultura Pukara, ou por sacerdotes na Tiahuanaco clássica. Segundo essa segunda tradução as inscrições diriam o seguinte:

"No tempo em que Manco Capac e Mama Ocllo, saíram das águas do lago Titicaca, apareceu no céu uma nova estrela justo ao lado da Cruz do Sul. Sucessivamente, a estrela se tornou mais pequena e logo desapareceu do céu. Via-se por cima dos montes no horizonte entre as montanhas, e começou a brilhar no terceiro dia do quarto mês."

Na opinião de esta interpretação, a parte dorsal do monólito relataria a explosão de uma super nova, justamente quando a célebre legenda de Manco Capac e Mama Ocllo contava que eles saíram, ou seja: "haviam nascido" do lago Titicaca.

As teorias

Muitos estudiosos acreditam que os Sumérios estiveram na América do Sul e deixaram um legado cultural no continente.

Fonte da imagem: Yuri Leveratto
Segundo Leveratto, os sumérios tentaram circundar a África a partir de 3000 a.C. Uma vez chegando ao Cabo Verde, eles teriam enfrentado fortes ventos contrários, fazendo com que adentrassem o oceano atlântico em busca de ventos mais favoráveis (mesma rota que mais tarde os portugueses afiram ter feito, e que os levou ao Brasil). Leveratto acredita que fenícios e cartagineses fizeram a mesma rota dos sumérios, e também estiveram em território sul americano, muito antes dos portugueses.

Fuente Magna - Fonte da imagem: Ab Origine
Os sumérios teriam desembarcado na América do Sul na costa brasileira, provavelmente onde hoje são os estados do Piauí e o Maranhão. Em busca de metais preciosos esses exploradores teriam realizado investigações em território brasileiro e posteriormente se deslocado rumo a região andina. Alguns Sumérios ficaram no altiplano e se misturaram com as etnias Colla e Arawak, enquanto outros voltaram a sua pátria.

Fuente Magna - Fonte da imagem: Ab Origine

Indícios de presença suméria, fenícia e cartaginesa na América do Sul

Os sumérios, fenícios e cartagineses que supostamente chegaram na América do sul teriam deixado para trás alguns indícios que hoje são apontados por inúmeros estudiosos, como provas de suas presenças no nosso continente. Alguns desses indícios são bastante conhecidos, como: a Fuente Magna, o Caminho de Peabirú, o monólito de Pokotia, A misteriosa pedra de Ingá - PB e a suposta relação entre a pedra da Gávea com os fenícios.

Inscrições na pedra de Ingá na Paraíba
Alguns outros indícios não são tão conhecidos, mas também acrescentam informações importantes, como por exemplo: a cidade de pedra de Igatu, os manuscrito 512, os estudos de Frei Fidélis, O gigante adormecido e as três pedras no interior paulistaO misterioso Açude Velho dos Caboclos – CE e As inscrições da Pedra do Letreiro em Quixeramobim - CE. Eu poderia ainda relacionar a esse assunto a história da pedra da CEE-RS e as Misteriosas Ruínas de Natividade da Serra – SP, mas essas são crenças minhas, não tendo nenhum estudo, ou estudioso formado, por trás dessas teorias.

Pedra da CEE, encontrada no Rio Grande do Sul

Fontes: Yuri Leveratto e Ab Origine.

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4 comentários:

  1. Muito interessante, tenho muita vontade de conhecer a Bolívia, mas estarei mais próximo agora que irei morar em Rondônia, logo estarei visitando Tihuanaco. Valeu.

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    1. Tenho como meta para minha vida poder conhecer Tihuanaco e Machu Picchu...abraços manolo...

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  2. O leque da arqueologia aqui no sul da América ainda tem muito o que abrir.

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    1. Isso é verdade manolo...existem muitas peças faltando nesse quebra cabeça da arqueologia sul americana e também da brasileira...

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