O bizarro Codex Seraphinianus

em 02/07/2015


O Codex Seraphinianus é uma enciclopédia sobre um mundo imaginário, com um texto praticamente muito estranho e com mais de mil desenhos feitos pelo artista e arquiteto italiano Luigi Serafini entre 1976 e 1978. A primeira edição do livro foi publicada em 1981 pela editora Franco Maria Ricci. Em 2006, o livro foi relançado na Itália pela editora Rizzoli numa edição mais econômica, porém com excelente qualidade de impressão.

Entre os muitos cultores do Codex contam-se Italo Calvino, Federico Zeri, Vittorio Sgarbi, Giorgio Manganelli, Achille Bonito Oliva, Tim Burton, Douglas Hofstader, Philippe Decouflé, John Cage.


Durante trinta meses o artista italiano dedicou-se integralmente a dar forma ao Codex Seraphinianus, um livro de quase 400 páginas que, de maneira fantástica e visionária, reinterpreta a zoologia, a botânica, a mineralogia, a etnografia, a arquitetura etc.


A estranha escrita da língua "serafiniana" (na verdade existe um outro termo para definir tal língua, como os amigos e amigas poderão ver mais abaixo), que percorre o livro inteiro, expressaria as seções, as legendas de desenhos e a numeração. O todo forma um conjunto homogêneo e coerente(?!) graças à criatividade do artista presente em cada página. Duas páginas contêm, entretanto, no interior das “ilustrações”, termos em francês e em inglês que não formam um sentido imediato: "fille orgiaq surgie et devinée", "le premier jour” “you” “bien” “desir” etc.


Na primeira página, um desenhista, cujo antebraço é uma caneta estilográfica, escreve, sobre um bloco apoiado a um cavalete, as palavras acima transcritas. Estas apresentam-se como desenho, o que ocorre no próprio Codex. Pelo chão, encontram-se palavras esparramadas como manchas de tinta. Dentro desse mundo imaginário, as palavras em francês e inglês parecem produzir o mesmo efeito que a escrita serafiniana produz em nós. Na segunda página, o escritor–desenhista encontra-se ao chão, assassinado com uma caneta esferográfica enfiada na barriga e do seu corpo escorre nanquim, que é seu sangue.


Por meio de suas imagens o artista convida o leitor a pensar num mundo cuja compreensão não está numa leitura construída com símbolos convencionais, e sim numa outra leitura expressa por um intricado sistema de signos que remetem a outros signos, que remetem a outros signos etc.


O livro é escrito em uma linguagem manuscrita única, que nunca foi plenamente decifrada, isto é, partindo do princípio que há um significado nela. Essa linguagem ficou conhecida como “Matrixa”. Clicando AQUI é possível estudar a língua mais detalhadamente, e até mesmo transcrever algumas coisas para ela.

Os capítulos seguem uma sequência lógica que é a seguinte:

1 - O primeiro capítulo é sobre a flora desse mundo e suas ramificações bizarras.
2 - O segundo capítulo é sobre a fauna desse mundo e descreve animais estranhos e suas variações absurdas.
3 - O terceiro capítulo parece descrever um reino à parte, habitado por criaturas bípedes.
4 - O quarto capítulo descreve conceitos de física e alquimia, tais conceitos são completamente diferentes dos de nosso mundo. É o capítulo mais enigmático.
5 - O quinto capítulo aborda máquinas bizarras e veículos desse mundo.
6 - O sexto capítulo fala de matérias relacionadas à humanidade desse mundo, como biologia, sexualidade, e modificações corporais ligadas à cultura.
7 - O sétimo capítulo retrata eventos históricos daquele mundo, além de abordar costumes sobre a vida e morte do povo, além de alguns rituais possivelmente religiosos.
8 - O oitavo capítulo descreve o estranho método de escrita utilizado naquele mundo (e no livro)
9 - O nono capítulo fala dos costumes relacionados à comida, refeições e vestimentas.
10 - O décimo capítulo descreve jogos de carta, azar além de esportes e outras atividades bizarras.
11 - O décimo primeiro capítulo descreve a arquitetura daquele mundo.


Muitos estudiosos do livro afirmam que é inútil buscar algum sentido em sua escrita. Para esses indivíduos a leitura do livro não passa de uma experiência visual. Pois essa era a área de Serafini como artista plástico. O próprio Serafini parece reforçar essa ideia. Em certa ocasião ele declarou que sua intenção ao escrever o Codex era criar confusão e curiosidade na mente do leitor, sensações semelhante às que temos, quando crianças, quando abrimos revistas e não entendemos nada do que está escrito, apenas “sentimos” as imagens.


Após publicar seu livro Serafini passou muitos anos sem nada declarar sobre o significado do Codex, mas anos depois declarou que o livro não possuía nenhum significado especial. Que enquanto escrevia o Codex não pensava em nada, em um processo semelhante a uma psicografia. As imagens e letras vinham à sua mente e ele botava-as no papel.


Mesmo com as declarações do autor, muitas dúvidas ficam no ar, e muitas pessoas não ficaram convencidas. Um indivíduo ilustraria e escreveria 380 páginas sem realmente nenhum significado? Ou depois de certo tempo ele decidiu não revela-lo?


Alguns curiosas da Ufologia já chegaram a teorizar que o Codex foi “escrito por alienígenas” através de um processo de emissão de conhecimento à distância, manipulando a mente de Serafini. Eles defendem essa teoria por muitos símbolos utilizados na “Matrixa” aparecerem em obras supostamente deixadas por seres de outro planeta na Terra.












Fontes: Wikipédia e Creepy Attic

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