Empresário australiano põe fim ao mistério e admite ser "pai" da Bitcoin

em 10/05/2016


A moeda digital encriptada que tanta controvérsia gerou ao longo dos anos tinha origens misteriosas. O bitcoin é a moeda corrente na Deep Web por conta de possibilitar anonimato às transações financeiras na rede.

O empresário da tecnologia Craig Wright, australiano, revelou no dia 02-05-16 a BBC que é o criador da controversa moeda digital encriptada (cryptocurrency) Bitcoin, pondo fim a anos de especulação acerca da identidade de uma pessoa que até hoje apenas se dera a conhecer pelo pseudônimo de Satoshi Nakamoto.

A BBC escreve que Wright deu provas técnicas que mostram que foi ele quem usou certas Bitcoins que já se sabia pertencerem ao criador desta moeda. A televisão britânica acrescenta que membros proeminentes da comunidade Bitcoin confirmaram a admissão de Wright.

"Eu fiz a maior parte do trabalho, mas houve quem me ajudasse", disse Wright à BBC.

Wright afirma que decidiu tornar a sua identidade pública para acabar com a especulação acerca da identidade do misterioso Satoshi Nakamoto. Várias publicações têm, ao longo dos anos, identificado vários homens diferentes como os criadores da divisa digital, e Wright afirma querer pôr fim a essas "histórias".

"Há muitas histórias por aí que foram inventadas, e não gosto que magoem as pessoas de quem gosto", afirmou. "Não me identifico porque quero. Não é uma escolha minha".

No ano passado, Wright tornou-se o mais recente de uma série de homens a ser acusado de ter criado a Bitcoin, uma moeda digital que atraiu o interesse de bancos, de especuladores, de criminosos e de reguladores, pelas suas características particulares que a tornam uma divisa excecional para uso na Internet.

A revista norte-americana Wired, juntamente com a publicação Gizmodo, publicou em dezembro um perfil de Wright em que se apoiavam em documentos pirateados para afirmar que era o criador da Bitcoin. A Wired descreveu o empresário como um gênio. Poucas horas depois da publicação destas notícias, a polícia australiana fez buscas na casa de Craig Steven Wright, justificando-as, no entanto, com suspeitas já antigas de evasão fiscal. Wright não foi acusado de nenhum crime.

"Não quero nada ser a cara pública de seja o que for", disse agora Craig Wright à BBC, lamentando ter de se identificar. "Quero trabalhar, quero continuar a fazer aquilo que faço. Não quero dinheiro. Não quero fama. Não quero adoração. Só quero que me deixem em paz".


Mais provas

Wright afirma que planeja divulgar mais informações que permitirão que outras pessoas verifiquem através de criptografia que ele é mesmo o criador da moeda eletrônica.


Logo após Wright fazer sua declaração, Gavin Andresen, cientista-chefe da Fundação Bitcoin, publicou um blog dando crédito à declaração do australiano.

"Acredito que Craig Steven Wright seja a pessoa que inventou o bitcoin", escreveu.

Jon Matonis, economista e um dos fundadores da Fundação Bitcoin, afirmou estar convencido de que Wright é quem afirma ser.

"Durante as sessões de provas em Londres, tive a oportunidade de analisar dados relevantes em três linhas diferentes: criptografia, social e técnica. Tenho a forte convicção de que Craig Wright atende a todas as três categorias", afirmou.


Perseguição

A publicação dos artigos em dezembro fizeram com que muitos jornalistas e outras pessoas começassem a importunar Wright e conhecidos seus.

"Há muitas histórias por aí que foram inventadas e eu não gosto de ferir as pessoas com quem me importo. Não quero que elas sofram nenhum impacto por causa disso", afirmou.

"Não fiz isto (revelar a identidade) porque queria. Não foi minha escolha", disse ele, acrescentando lamentar ter sido forçado a revelar sua identidade.

"Eu realmente não queria ser a face pública de nada. Preferiria não fazer isso. Quero trabalhar, quero continuar fazendo o que quero fazer. Não quero dinheiro. Não quero fama. Não quero adoração. Só quero ser deixado em paz."

Hoje os bitcoins são aceitos como pagamento por vários bens e serviços - de tudo, desde transferências internacionais de dinheiro até pagamento de resgate de dados criptografados por vírus de computador.

Atualmente há cerca de 15,5 milhões de bitcoins em circulação. Cada um vale cerca de US$ 449 (mais de R$ 1,5 mil).

Acredita-se que "Satoshi Nakamoto" tenha amealhado cerca de um milhão de bitcoins, o que daria a ele um patrimônio líquido, se tudo fosse convertido para dinheiro, de cerca de US$ 450 milhões.

Entendendo o Bitcoin

Quando fazemos um pagamento com uma nota de 50 Reais, estamos fazendo um pagamento que é rápido, barato, e quem não requer intermediários. Rápido, porque o tempo para a transação ser finalizada é o tempo de entregar a cédula ao vendedor. Barato porque porque não há taxas nesta transação. Sem intermediários porque não é necessário que nenhuma outra empresa participe deste processo, nem do lado do comprador, nem do lado do vendedor.


Nas formas de pagamento eletrônicos, há uma grande mudança no relacionamento entre compradores e vendedores. Se pegarmos como exemplo um pagamento com boleto, este deixa de ser rápido, pois além do comprador ter que fazer que se dirigir ao banco para fazer o pagamento, o vendedor só receberá o dinheiro alguns dias depois. Este pagamento também tem um custo maior, dado que além do custo do boleto, o vendedor precisa ter uma conta bancária e o comprador, às vezes, tem que se deslocar para pagá-lo. Finalmente, sempre há o banco intermediando a transação, e às vezes, outras empresas como o Paypal, por exemplo.

Entender o Bitcoin é simples. Ele é uma tecnologia digital que permite reproduzir em pagamentos eletrônicos a eficiência dos pagamento com cédulas descrita acima. Pagamentos com bitcoins são rápidos, baratos e sem intermediários. Além disso, eles podem ser feitos para qualquer pessoa, que esteja em qualquer lugar do planeta, sem limite mínimo ou máximo de valor.

A tecnologia vem ganhando muitos adeptos mundialmente. Recentemente Bill Gates em uma entrevista ao canal de negócios TV Bloomberg disse que “o Bitcoin é excitante porque é barato”.

Hoje é possível fazer doações em bitcoins para instituições globais como Greenpeace ou Wikipedia, ou comprar passagens aéreas na Expedia, ou dar entrada para um apartamento na Tecnica, tudo usando bitcoins.

Acreditamos que ele seja a tecnologia mais relevante sendo produzida na internet hoje. E está apenas no começo.

Fontes: DN, BBC e Bitcoin Brasil

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