O crime do apartamento 204 - Manaus

em 12/04/2018


Na matéria de hoje falaremos de um crime cruel que aconteceu aqui no Brasil. Hoje abordaremos um caso acontecido na cidade de Manaus, onde três pessoas perderam a vida em uma trama digna de filmes hollywoodianos. Venham comigo conhecer mais esse crime cruel e abominável.

O crime

Na manhã do dia 22 de janeiro de 2013, no apartamento 204, do bloco 13 B, do condomínio Parque Solimões, no bairro Raiz, na Zona Sul de Manaus, os corpos da funcionária da Suframa Maria Gracilene Roberto Belota, 59, e da filha, a estudante Gabriela Belota, 26, foram encontrados pela empregada da família.

No mesmo dia, na rua Rego Barros, no bairro São Raimundo, na Zona Oeste de Manaus, o irmão de Maria Gracilene, Roberval Roberto de Brito, 60, foi encontrado morto. O corpo estava jogado em cima da cama com um corte na nuca, e um travesseiro no rosto.


Três pessoas da mesma família mortas em lugares diferentes, assim começa uma trama digna de filmes de suspense.

Gabriela Belota era uma blogueira conhecida por suas dicas de moda e de estilo, jundo com sua amiga Carol Pedrosa, ela atuava no blog Se Joga. Ela era estudante de Odontologia da Universidade do Estado do Amazonas. Uma jovem apaixonada pelo seu cão Rick, da raça Yorkshire. Rick teria um final igualmente trágico nessa história.

No dia 22 de janeiro, por volta das 8 horas da manhã, a empregada doméstica da família, Maria Nezia Vitor de Amorim, chegava no apartamento para iniciar a sua jornada de trabalho. Mas o que ela descobre no local acabaria por chocar a cidade de Manaus.

Maria Gracilene, 52 anos, mãe de Gabriela, estava morta no corredor da residência. Assustada, a empregada gritou por Gabriela, entrou em seu quarto e viu o corpo da jovem enrolada num lençol. Gabriela estava imóvel. Como num filme de terror, Rick, o cachorrinho de Gabriela, também estava morto, dependurado pelo pescoço num amarrador de rede.

Mãe e filha
Inicialmente a polícia descartou abuso sexual de mãe e filha, pois ambas estavam vestidas. Mas isso mudou quando peritos encontraram esperma em Gabriela. Ela foi estuprada e estrangulada. Porém a causa da sua morte foi asfixia. Sua cabeça foi coberta por um saco plástico e havia um corte em seu pescoço.

E o duplo assassinato ganhou uma pitada a mais de mistério quando o tio de Gabriela, Roberval Roberto de Brito, 63 anos, foi encontrado morto, amarrado e estrangulado, no mesmo dia, em sua casa. Poderia os assassinatos de mãe, filha e tio estarem ligados?

Primeira Suspeita

Ainda no dia 22, a suspeita de que o assassino seria um conhecido da família foi levantada porque não houve indícios de arrombamentos nas residências das vítimas. Outro fato que chamou a atenção da polícia é que um terceiro membro da mesma família também foi encontrado morto, em outro local, com as mesmas características de crime. Logo os crimes contariam com o envolvimento de alguém próximo da família.

Suspeitos são ouvidos

Na noite do dia 22 de janeiro, Rodrigo de Moraes Alves, de 19 anos, e Ruan Pablo Bruno Cláudio Magalhães, 18, e Jimmy Robert de Queiroz Brito, de 33 - na época suspeitos de envolvimento no triplo homicídio da família Belota - prestaram depoimento na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

O carro da jovem Gabriela, levado pelos suspeitos após o assassinato, foi encontrado no Centro da cidade na tarde do mesmo dia. Os suspeitos tiveram a identidade inicialmente protegida pela polícia.

Confissão e delação

Durante o depoimento no dia 22, dois dos suspeitos ouvidos confessaram o triplo homicídio e ainda apontaram a participação do filho de Roberval, Jimmy Robert, que inicialmente negou tudo. Na época, a polícia apontou que o principal motivo do crime era uma briga por herança, e que o assassinato foi planejado três semanas antes da execução.

Jimmy confessa

No dia 23 de janeiro, Jimmy confessou à polícia ser o mentor dos assassinatos do próprio pai, da tia e da prima.


Conforme o titular da DEHS na época, Divanilson Cavalcanti, os trabalhos da polícia em relação ao caso se concentraram, durante todo aquele dia, na acareação para averiguar detalhes conflitantes entre os depoimentos dos supostos autores.

"Nesta acareação ficou constatado que o Jimmy estava dando algumas informações não condizentes com a verdade. Quando retornaram à Delegacia, os outros dois suspeitos receberam alimentação das suas famílias. Foi aí que o Jimmy percebeu estar sozinho (já que ele matará seu próprio pai). Não havia ninguém para auxiliá-lo e dar esse apoio. Nesse momento, ele percebeu o erro que fez e passou ajudar nas investigações, relatando, minuciosamente, o planejamento e mortes das vítimas", contou o delegado.


Durante o depoimento, segundo a polícia, Jimmy relatou detalhes de prazos, material utilizado, modo operante dos crimes, além de informações do cotidiano das vítimas. "Em relação ao pai, ele disse que nutria sentimento de mágoa, além do fato da herança. Já sobre as outras vítimas, ele disse que elas iriam desconfiar dele com a morte do pai, por isso, o Jimmy resolveu matá-las antes. Como também pelo envolvimento delas no processo de herança, que ele tinha interesse", disse Divanilson Cavalcanti.

Na confissão de Rodrigo e Ruan, a versão apresentada é de que Jimmy prometeu dividir a herança do pai, mas não revelou valores que seriam pagos aos suspeitos. A herança em questão, segundo o titular da Delegacia de Homicídios, era de R$ 200 mil.

Estupro

Com a continuação das investigações, agravantes no crime foram sendo descobertos. No dia 15 de fevereiro, um laudo apontando que Gabriela Belota foi violentada sexualmente antes de ser morta foi divulgado pelo promotor do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM), Fábio Monteiro.


O laudo da Polícia Civil atesta que os materiais biológicos colhidos no corpo de Gabriela Belota são idênticos ao de Rodrigo Alves. Para chegar a essa conclusão, o laudo informa que foi feita a comparação dos perfis genéticos de Gabriela e Rodrigo no intuito de estabelecer coincidência entre as amostras analisadas. Rodrigo teria sido participado do crime, pois o mesmo era namorado de Jimmy.

Psicopatia

Ainda no dia 15 de fevereiro, o MPE concedeu parecer negativo ao pedido de insanidade mental feito pela defesa do publicitário Jimmy Robert de Queiroz. Segundo o promotor Fábio Monteiro, que atua há 17 anos na área, ele "nunca viu um mentor intelectual de um crime sofrer de insanidade mental".

"Nenhum laudo ou documentação que comprovasse a insanidade mental foi apresentado. Primeiro não há provas ou indícios disso, apenas uma alegação. Na própria petição, o advogado disse que ele começou a apresentar sintomas na prisão, sendo que o Código Penal diz que somente é inimputável por doença mental quem, no momento do crime, já era considerado incapaz mentalmente. Ele está sendo acusado de ser o mentor intelectual, assim o modo operante dele é incompatível de pessoa que não sabia o que estava fazendo ou em surto", enfatizou o promotor.

Para o promotor, Jimmy apresenta perfil de psicopata, já que os atos praticados durante o triplo homicídio são compatíveis com a doença. "A conduta, a motivação, a frieza, o calculismo. Tudo isso se enquadra no perfil que os estudiosos colocam como psicopatia. Porém, o psicopata não é alguém que não sabe o que está fazendo, ele é perfeitamente capaz de entender o que faz", explicou.

O passo a passo do crime

Por volta de 17h30, Jimmy entrou no condomínio com a desculpa de ir ao apartamento da tia pegar uma agenda. Ele foi atendido pela prima, Gabriela Belota, de 26 anos. A estudante recebeu Jimmy e seguiu para o seu quarto. Com a desculpa de que não tinha encontrado a agenda, Jimmy teria falado para Gabriela que iria passear com o cachorro da vítima, Rick.


Jimmy saiu então com o cachorro para caminhar pelo condomínio, e deu a chave do apartamento para os dois comparsas. Rodrigo, o namorado de Jimmy, foi apontado como o responsável pela morte de Gabriela. A jovem teria sido atacada e asfixiada com um pedaço de película que escurece vidro de carro. A universitária tentou se defender, arranhando o pescoço de Rodrigo, mas morreu sufocada. Como a jovem demorou a desmaiar, os suspeitos desferiram ainda um corte no pescoço da vítima.

Segundo o promotor do caso, Fábio Monteiro, o crime sexual foi praticado entre o início da agreção e a pratica final, uma vez que a vítima havia demorado a falecer. 

Jimmy voltou então para o apartamento com o cachorro para aguardar a tia, Maria Gracilene Belota. Como o animal estava latindo, ele teria pedido aos suspeitos que o matassem. Ele foi degolado e pendurado  em um armador de rede.

Por volta das 20h30, imagens das câmeras de segurança mostram a mãe de Gabriela chegando ao local. Ela foi surpreendida pelos três e morta na sala da casa. Segundo a polícia, eles espancaram a vítima e cortaram seu pescoço com um estilete. Depois de matar a tia, a prima e o cachorro, o trio saiu no carro em que chegaram, um Gol de cor prata, e levaram também o veículo de Gabriela, um Fiesta vermelho. Eles seguiram para um motel, onde tomaram banho para tirar as manchas de sangue dos homicídios. Após se limparem, os suspeitos foram para a casa do pai de Jimmy, Roberval Roberto de Brito, no bairro São Raimundo, Zona Oeste de Manaus, onde o mataram na madrugada do dia 23 de janeiro.

Jimmy, Roberval, Maria Gracilene e Gabriela
aparecem juntos em foto em festa de Revéillon
(Foto: Reprodução/TV Amazonas)

Rodrigo é agredido

No dia 17 de maio uma foi instaurada sindicância para apurar denúncia de agressão contra Rodrigo de Moraes Alves, de 19 anos, suspeito de participar do triplo homicídio da família Belota. Rodrigo, que negava ser homossexual e de ter um relacionamento com Jimmy Robert, teria sido estrangulado por companheiros de cela.


Após a suposta agressão, o detento foi transferido para um cela individual do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), localizado no km 8 da BR -174, como medida preventiva. Em nota, a secretaria afirmou ter "como principais metas a integridade, a segurança e a saúde da população carcerária do Amazonas".

No dia 10 de julho, Rodrigo fugiu do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat) durante a rebelião que aconteceu no presídio. Ele foi recapturado no mesmo dia.

Condenação

Durante o julgamento realizado em Novembro de 2013, Jimmy chegou a afirmar que teve ajuda de Olga Matos Marinho Roberto, no planejamento do crime. Olga é esposa do avô de Jimmy.

Olga Matos Marinho Roberto
Com divulgação da nova versão, a promotoria pediu o novo inquérito policial para averiguar a eventual participação de uma quarta pessoa na autoria intelectual do crime em conjunto com Jimmy Robert.

Jimmy foi condenado a 100 anos de prisão, Rodrigo a 94 anos e Ruan a 90 anos. Porém todos sabemos que eles logo estarão a solta, graças as imensas brechas que existem na lei brasileira.


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9 comentários:

  1. Algo muito maior já vinha acontecendo muito tempo, talvez alguma richa ou rivalidade para chegar ao ponto de um banho de sangue em família

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  2. Quando a família é pequena, já é uma raridade encontrar uma totalmente harmoniosa. Imagina quando a família é grande.
    O ser humano é muito soberbo, quer viver de aparência. Tem vergonha de falar que há podres em sua família e em muitas vezes quando o podre começa a aparecer, integrantes da família ainda falam dos vizinhos para tirar o foco de cima.
    E eu não escondo, minha família têm tanto podre, que se eu começar a escrever farei um livro. Têm os que se salvam, mas a maioria são uma bost@ que me mantenho longe, muiiito longe!

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  3. Adorei a matéria, mais gostaria que você falasse mais sobre serial killers, beijos!

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    1. Alice...vc pode acessar várias postagens sobre serial killers através do marcador serial killers aqui do blog...ou clicando nesse link aqui...http://noitesinistra.blogspot.com.br/search/label/Serial%20Killers?&max-results=6

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  4. Caraca! Que coisa isso, como alguém consegue matar? É algo incompreensível para mim 0.0

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  5. Não sei pq li isso tudo, um sentimento de raiva e tristeza tomou conta de mim. Como que o ser humano é uma bosta mesmo.. Até o pobrezinho do cachorro mataram tb.

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  6. Três pessoas mortas. Pai, tia e prima. E alguém vem falar do cachorro..man...

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  7. Bizarro, sem dúvidas o dinheiro era a motivação maior.

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