Operações da Polícia Federal prende pessoas envolvidas com tráfico de pessoas no Pará

em 18/09/2015


Nove pessoas foram presas nesta quarta-feira (16-09-15), na capital paraense, durante duas operações da Polícia Federal: uma de combate a crimes financeiros; Check In 2; e outra de desarticulação de uma quadrilha de tráfico de pessoas; Raabe. Foram cumpridos nove dos quinze mandados de prisão expedidos pela Justiça. Seis pessoas continuam foragidas. De acordo com as investigações, os suspeitos movimentaram cerca de R$ 54 milhões somente em 2014.

Dias atrás publiquei uma matéria que fala sobre o tráfico de seres humanos, e de como isso está relacionado com crimes sexuais, escravidão, tráfico de órgãos, etc (clique AQUI para acessar essa matéria). Hoje eu conto com a dica da  querida amiga Nayara Mastub, que nos enviou uma notícia que fala de um caso ligado ao tráfico de seres humanos no estado do Pará, e que mostra um pouco como esse tipo de quadrilha age aqui no Brasil.

As prisões

Entre os presos está Clemilson Pereira Moraes, paraense e ex-jogador de futebol da seleção brasileira sub-20, com passagem pelo clube Águia de Marabá. "Temos dois objetos de investigação distintos, no primeiro, a principal acusação gira em torno do câmbio ilegal e da lavagem de dinheiro, a operação Check In 2. No caso da operação Raabe, a investigação está focada no tráfico de pessoas para prostituição no Suriname", informou o delegado Jorge Oliveira.


Segundo Oliveira, o esquema ocorria todo dentro do aeroporto internacional de Belém. "Eles faziam do aeroporto seu grande balcão de negócios. Quando havia o desembarque de voos do Suriname, essas pessoas eram abordadas no saguão do aeroporto, com o intuito de comprar moeda estrangeira que eles traziam do garimpo ou até mesmo de outra atividade que eles iam exercer no Suriname. Eles compravam por um valor diferente do vendido pelo câmbio oficial e acabavam prejudicando ou quando vendiam pelo preço maior o próprio consumidor, ou quando vendiam por um preço menor, prejudicavam as casas de câmbio que atuam legalmente", declarou.

Operações têm conexão

O delegado afirma ainda que foi constatado que alguns membros dessa organização criminosa que lida com o câmbio ilegal também se valiam de outras atividades, como o tráfico de pessoas. "Eram dois alvos que tinham essa peculiaridade, que também agenciavam e facilitavam a saída de mulheres para fins de prostituição no Suriname. Eles eram responsáveis pela hospedagem, passaporte, passagem aérea, e outras medidas que ajudavam essas pessoas saírem do país para ir para lá”, detalhou.


No vídeo acima eu explico como os EUA desenvolveram uma ferramenta para fazer buscas na Deep Web para combater o tráfico de seres humanos...

A mulheres ficavam hospedadas em dois hotéis com localização próxima ao terminal rodoviário. No local foram encontrados vários passaportes. "Conseguimos encontrar vários passaportes, a maioria de mulheres, que supostamente iriam para o Suriname para fins de prostituição. As investigações vão prosseguir. Temos outra etapa que é a analise do material apreendido, das perícias, para que a gente chegue a um produto final e que possa ser oferecido ao Ministério Público para enfim [os envolvidos] serem processados e definitivamente condenados", concluiu.

Os hotéis Eldorado e Litoral informaram que estão colaborando com a investigação da polícia, mas desconhecem qualquer tipo de atividade envolvendo o tráfico de pessoas que possa ter acontecido dentro dos hotéis.

Esquema

As pessoas envolvidas no esquema são apontadas por crimes como fraude no sistema financeiro e venda ilegal de dólares e euros. Segundo a Polícia Federal (PF), as transações ocorriam no aeroporto internacional de Belém. Passageiros traziam o dinheiro no próprio corpo ou membros da organização abordavam pessoas vindas da Guiana Francesa e do Suriname para obter o dinheiro.


Alguns dos envolvidos teriam utilizado a influência e o lucro da transação financeira para cometer outro crime: o aliciamento de mulheres para exploração sexual em boates da capital do Suriname e nos garimpos do país. Essas mulheres, muitas vezes, eram mantidas em cárcere privado e tinham a documentação retida para não fugirem dessa condição.


Agradecimentos a amiga Nayara Mastub pela dica.

Fonte: G1

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